Muitas Mulheres - by Ella Spotlessmind
Eu me pergunto sem parar que tipo de pessoa eu sou e todas as vezes que faço isso, encontro alguém diferente.
Uma vez, de brincadeira, eu disse que sou muitas e sou única e sempre haverá mais de mim. Foi a verdade mais profunda que jamais saiu de mim. Eu posso contar um milhão de histórias de mulheres completamente diferentes, que o mundo juraria que nem se conhecem, e a surpresa final seria saber que todas elas sou eu.
Eu sou essa pessoa que imagina histórias e as vive e vice-versa. Algumas são puro besteirol e eu me mato de rir lembrando delas, outras são tristes de arrancar lágrimas de um iceberg, outras tão românticas, emocionantes e empolgantes a ponto das pessoas dizerem “ah…como eu queria viver algo assim.” E eu vivi.
Vivi mais “Coisas da Vida” do que a Me pode escrever. Vi a lua em vários lugares do mundo e fiz dela testemunha das minhas loucuras -- e só ela viu o que eu vi, só ela ouviu o que eu nunca vou esquecer.
Vivi paixões e histórias tórridas que colocariam "9 Semanas e Meia de Amor" no livro da Mamãe Gansa. Acordei ao lado de amores antigos que eu não veria nunca mais, adormeci no peito de quem estaria ali para sempre.
Amei incrivelmente, homens com caráteres, personalidades e histórias diferentes. Amei escondido, amei errado, fui a outra, fui a única, fui mais uma. Desejei pessoas que nem sonham com meus desejos, outras que sabem de cor meus pensamentos mas jamais me tocaram – e não tocarão. Chorei no carro, no meio fio, na escada do prédio, no elevador, na cama, na estrada, no ombro do desconhecido, de amor, de tristeza, de alegria, de emoção, de decepção profunda. Fui santa, fui perversa, fui pervertida. Fui rainha e fui ninguém.
A cada história que conto, lembro-me de outra que não contei. Fiz coisas não-contáveis, incontáveis vezes e de novo. Fui à igreja, ao centro espírita, ao terreiro de umbanda. Rezei para deus, Cristo, Santa Rita, Iansã e Maria Padilha. Sentei na mesa dos nobres, bebi com a burguesia, andei com os pobres. Vivi todas essas mulheres toda a minha vida e elas foram felizes. Elas brincaram com fogo mais vezes do que eu sozinha poderia. Traíram e foram traídas, amaram e foram amadas. Disseram verdades que ninguém acreditou, contaram mentiras que jamais foram descobertas, omitiram fatos, revelaram tudo. E foram loucas!
Umas amaram meninos, outras conquistaram prêmios, umas criaram deuses, outras beijaram demônios. Em algumas me reconheço, em outras mal me vejo…mas todas tinham um traço em comum: a minha alma – essa alma imensa, capaz de abraçar o mundo inteiro sem distinguir certo e errado. Essa alma feita dos milésimos de segundo do pensamento do universo, que insiste em se deitar, se espalhando pelo mundo como um véu transparente, que acha que pode dividir-se em milhares e doar-se, e mesmo assim, estará inteira.
Toda vez que alguém se espanta com algo que vivi, eu me pergunto que tipo de pessoa sou . Eu sou isso: Única e muitas…um véu transparente encharcado de vida, feito dos pedaços diversos de mim.
Colaboração: Ella Spotlessmind
Eu sou essa pessoa que imagina histórias e as vive e vice-versa. Algumas são puro besteirol e eu me mato de rir lembrando delas, outras são tristes de arrancar lágrimas de um iceberg, outras tão românticas, emocionantes e empolgantes a ponto das pessoas dizerem “ah…como eu queria viver algo assim.” E eu vivi.
Vivi mais “Coisas da Vida” do que a Me pode escrever. Vi a lua em vários lugares do mundo e fiz dela testemunha das minhas loucuras -- e só ela viu o que eu vi, só ela ouviu o que eu nunca vou esquecer.
Vivi paixões e histórias tórridas que colocariam "9 Semanas e Meia de Amor" no livro da Mamãe Gansa. Acordei ao lado de amores antigos que eu não veria nunca mais, adormeci no peito de quem estaria ali para sempre.
Amei incrivelmente, homens com caráteres, personalidades e histórias diferentes. Amei escondido, amei errado, fui a outra, fui a única, fui mais uma. Desejei pessoas que nem sonham com meus desejos, outras que sabem de cor meus pensamentos mas jamais me tocaram – e não tocarão. Chorei no carro, no meio fio, na escada do prédio, no elevador, na cama, na estrada, no ombro do desconhecido, de amor, de tristeza, de alegria, de emoção, de decepção profunda. Fui santa, fui perversa, fui pervertida. Fui rainha e fui ninguém.
A cada história que conto, lembro-me de outra que não contei. Fiz coisas não-contáveis, incontáveis vezes e de novo. Fui à igreja, ao centro espírita, ao terreiro de umbanda. Rezei para deus, Cristo, Santa Rita, Iansã e Maria Padilha. Sentei na mesa dos nobres, bebi com a burguesia, andei com os pobres. Vivi todas essas mulheres toda a minha vida e elas foram felizes. Elas brincaram com fogo mais vezes do que eu sozinha poderia. Traíram e foram traídas, amaram e foram amadas. Disseram verdades que ninguém acreditou, contaram mentiras que jamais foram descobertas, omitiram fatos, revelaram tudo. E foram loucas!
Umas amaram meninos, outras conquistaram prêmios, umas criaram deuses, outras beijaram demônios. Em algumas me reconheço, em outras mal me vejo…mas todas tinham um traço em comum: a minha alma – essa alma imensa, capaz de abraçar o mundo inteiro sem distinguir certo e errado. Essa alma feita dos milésimos de segundo do pensamento do universo, que insiste em se deitar, se espalhando pelo mundo como um véu transparente, que acha que pode dividir-se em milhares e doar-se, e mesmo assim, estará inteira.
Toda vez que alguém se espanta com algo que vivi, eu me pergunto que tipo de pessoa sou . Eu sou isso: Única e muitas…um véu transparente encharcado de vida, feito dos pedaços diversos de mim.
Colaboração: Ella Spotlessmind
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