Três - aperitivo
Três são:
.1. Nani Gaya, uma brasileira em dúvida.
.2. Mitch Adams, um americano apaixonado
.3. John McAlister, um escocês cafajeste
Ai ai ai! Não dava pra ficar quieta num canto e não ficar zanzando por aí pra beijar o primeiro escocês meio baixo que aparece? Meu deus!
A Nani já não tinha idade para se colocar nesse tipo de situação. Já era hora dela saber se virar para escapar de cantadas fáceis e super-mac-olhares. Mas ao contrário do que se esperava de uma mulher vivida, madura, resolvida, ela estava agindo como uma adolescente boba num baile de debutante; encantada com o menino do outro clube. Isso não combina em nada com todo aquele bla bla bla do primeiro capítulo que descrevia essa criatura.
Só tinha um jeito de saber o que passava por aquela cabeça. Lá vai:
Cérebro de Nani, fundo escuro, duas cadeiras. Na cadeira da esquerda, nós. Sim, nós...que queremos saber o que se passa aqui dentro. Na cadeira da direita, Nani.
- Oi, nós somos os espectadores da sua história, e precisamos entender o que acontece.
- Oi... O que vocês estão fazendo aqui?
- Já disse. A gente quer entender.
- Mas eu estou no meio de uma festa...
- A gente sabe. Vai ser rapidinho. Só responde umas perguntas pra nós.
- Ta. Vai rápido.
- Seu nome, por favor?
- Eliane Ferreira Gaya, vocês sabem!
- Por que você, tendo encontrado o homem mais deliciosamente encantador do mundo, desejado por milhares de mulheres e homens de várias idades, com todo aquele discurso de vida tranqüila, nada que interfira nos negócios, namorar eternamente, etc, etc, resolveu olhar pro McAlister?
- Como assim? Eu não RESOLVI olhar pro McAlister. Ele apareceu!
- Calma...a gente não está aqui pra te julgar, muito pelo contrário.
- Tá, eu sei que foi errado. Eu podia ter cortado ele antes, era só não dar aquele primeiro sorriso na hora do quase-tombo.
- É. Você tinha essa opção.
- Tinha. Mas você viu? Você olhou dentro do olho daquela coisa? E a mão...? Quer a minha cintura emprestado pra sentir "a mão" ?
- Não não...Mas qualquer pessoa perguntaria se você sente ou não alguma coisa pelo Mitch.
- Claro que eu sinto. Eu estou completamente envolvida e...
- Envolvida é mais raso do que apaixonada.
- Não.
- É sim. Você se envolve num projeto. Mas você se apaixona por uma idéia e não desiste dela. Envolvimento é bem menos do que paixão.
- Onde vocês querem chegar?
- Em lugar nenhum. Só especulando. O que você quer de verdade?
- Eu quero o Mitch, claro...mas...
- Mas?
- Eu sempre tive esse defeito.
- Qual?
- Eu sempre estou feliz. Sempre e nunca. Eu tenho sempre a cabeça em outro lugar. Tudo. Sempre. Tudo o que eu faço é assim...tenho sempre um sonho guardado, um outro plano, mas não um plano B. Não é pra realizar...é só pra sonhar. E eu achei que estava curada disso...desde pequena, sempre assim. Fazia balet mas queria ser cantora, fazia canto mas queria ser atriz. Namorava o fulano, mas sonhava com o outro...e assim vai.
- entendo...
- Entende? Então me explica! E se você cavocar essas paredes aqui, vai descobrir que eu nunca fui totalmente feliz, embora fosse, nunca fiquei totalmente satisfeita, nunca estive onde queria, e se estivesse ia querer estar em algum outro lugar. Entende ainda?
- Não.
- Bem vindo ao clube.
- E agora?
- Ué...sei lá! Você não disse que vocês são espectadores da minha história?
- Sim.
- Então...assiste.
- Esse é o sinal pra gente ir embora?
- É. Por favor sai da minha cabeça que eu preciso voltar pra festa.
- Só mais uma pergunta.
- Ai...o que?
- Por que nunca tem alguém com nome brasileiro: Pedro, Paulo, Mario, coisas normais assim, nas suas histórias?
- Ah...isso faz parte do mesmo problema. Tipo eu nunca estou no lugar certo, então tudo o que eu quero está sempre bem longe, em outro país, conseqüentemente em outra língua.
- Agora você está no lugar certo?
- Quem sabe...?
(só um gostinho, por pura falta do que publicar hoje)
.1. Nani Gaya, uma brasileira em dúvida.
.2. Mitch Adams, um americano apaixonado
.3. John McAlister, um escocês cafajeste
...
Ai ai ai! Não dava pra ficar quieta num canto e não ficar zanzando por aí pra beijar o primeiro escocês meio baixo que aparece? Meu deus!
A Nani já não tinha idade para se colocar nesse tipo de situação. Já era hora dela saber se virar para escapar de cantadas fáceis e super-mac-olhares. Mas ao contrário do que se esperava de uma mulher vivida, madura, resolvida, ela estava agindo como uma adolescente boba num baile de debutante; encantada com o menino do outro clube. Isso não combina em nada com todo aquele bla bla bla do primeiro capítulo que descrevia essa criatura.
Só tinha um jeito de saber o que passava por aquela cabeça. Lá vai:
Cérebro de Nani, fundo escuro, duas cadeiras. Na cadeira da esquerda, nós. Sim, nós...que queremos saber o que se passa aqui dentro. Na cadeira da direita, Nani.
- Oi, nós somos os espectadores da sua história, e precisamos entender o que acontece.
- Oi... O que vocês estão fazendo aqui?
- Já disse. A gente quer entender.
- Mas eu estou no meio de uma festa...
- A gente sabe. Vai ser rapidinho. Só responde umas perguntas pra nós.
- Ta. Vai rápido.
- Seu nome, por favor?
- Eliane Ferreira Gaya, vocês sabem!
- Por que você, tendo encontrado o homem mais deliciosamente encantador do mundo, desejado por milhares de mulheres e homens de várias idades, com todo aquele discurso de vida tranqüila, nada que interfira nos negócios, namorar eternamente, etc, etc, resolveu olhar pro McAlister?
- Como assim? Eu não RESOLVI olhar pro McAlister. Ele apareceu!
- Calma...a gente não está aqui pra te julgar, muito pelo contrário.
- Tá, eu sei que foi errado. Eu podia ter cortado ele antes, era só não dar aquele primeiro sorriso na hora do quase-tombo.
- É. Você tinha essa opção.
- Tinha. Mas você viu? Você olhou dentro do olho daquela coisa? E a mão...? Quer a minha cintura emprestado pra sentir "a mão" ?
- Não não...Mas qualquer pessoa perguntaria se você sente ou não alguma coisa pelo Mitch.
- Claro que eu sinto. Eu estou completamente envolvida e...
- Envolvida é mais raso do que apaixonada.
- Não.
- É sim. Você se envolve num projeto. Mas você se apaixona por uma idéia e não desiste dela. Envolvimento é bem menos do que paixão.
- Onde vocês querem chegar?
- Em lugar nenhum. Só especulando. O que você quer de verdade?
- Eu quero o Mitch, claro...mas...
- Mas?
- Eu sempre tive esse defeito.
- Qual?
- Eu sempre estou feliz. Sempre e nunca. Eu tenho sempre a cabeça em outro lugar. Tudo. Sempre. Tudo o que eu faço é assim...tenho sempre um sonho guardado, um outro plano, mas não um plano B. Não é pra realizar...é só pra sonhar. E eu achei que estava curada disso...desde pequena, sempre assim. Fazia balet mas queria ser cantora, fazia canto mas queria ser atriz. Namorava o fulano, mas sonhava com o outro...e assim vai.
- entendo...
- Entende? Então me explica! E se você cavocar essas paredes aqui, vai descobrir que eu nunca fui totalmente feliz, embora fosse, nunca fiquei totalmente satisfeita, nunca estive onde queria, e se estivesse ia querer estar em algum outro lugar. Entende ainda?
- Não.
- Bem vindo ao clube.
- E agora?
- Ué...sei lá! Você não disse que vocês são espectadores da minha história?
- Sim.
- Então...assiste.
- Esse é o sinal pra gente ir embora?
- É. Por favor sai da minha cabeça que eu preciso voltar pra festa.
- Só mais uma pergunta.
- Ai...o que?
- Por que nunca tem alguém com nome brasileiro: Pedro, Paulo, Mario, coisas normais assim, nas suas histórias?
- Ah...isso faz parte do mesmo problema. Tipo eu nunca estou no lugar certo, então tudo o que eu quero está sempre bem longe, em outro país, conseqüentemente em outra língua.
- Agora você está no lugar certo?
- Quem sabe...?
...
(só um gostinho, por pura falta do que publicar hoje)
4 Comentários:
Hahahaha!
Adorei a vez dos espectadores na história.
E devo dizer que fico ansiosa só de saber que não será amanhã que eu vou ler toda a história.
Enfim, vc me sacaneia, mas eu te adoro!
bj
finalmente vc colocou essa historia aqui!!!
quero maaais!
Ah...mas essa história não é pra ficar qui! Na na não!
Beijos meninas
Hahahaha
Adoro, Me!
Quando vc conseguir deduzir a fórmula mágica do entendimento, tira a patente a vende!
Beijo com saudades!
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