Ms. H as in Heart
Mariana Heller por Rafa Pedro
Hoje ela me disse que quando chega em casa meio deprê, lê o meu testimonial e melhora.
Eu achei lindo! Eu sempre acho lindo quando alguém me diz que eu ajudei a melhorar alguma coisa. Não que eu queira ser canonizada quando morrer - só um papa chapado faria uma barbaridade dessas! - mas é sempre gostoso justificar a existência. Eu nasci para que? Que utilidade esse corpinho com uma cabeça aloprada e esquecida em cima tem, para um mundo habitado por muito mais gente do que cabe nele?
Faz as contas aí, você que consegue, porque eu já assumi a minha incapacidade de saber quanto é qualquer coisa acima da tabuada do nove: quanto de bem eu posso fazer que atinja um número de pessoas maior do que 5? Quanto dos meus escritos poderia chegar a pessoas que realmente sofrem, e - por sorte - que elas saibam ler, e mais sorte, que tenham se alimentado o suficiente na infância para que consigam entender o que lêem, e por uma sorte caída do céu e ainda maior, que tenham tempo, disposição e um segundo de não sofrimento para dar importância a uma frasezinha que possa mudar alguma coisa?
Complicou? Imagina pra mim...
Como eu não sou a Angelina Jolie, eu não viajo o mundo adotando crianças. Até porque se eu fosse adotar criancinhas, faria isso por aqui mesmo, que está cheio de criança pedindo pelo amor de deus uma família. Como eu não sou o Bob Geldof, eu não faço concertos mundiais para arrecadar grana pra fome na África. Como eu não sou o Bono, eu não vendo pulserinha branca para salvar o mundo da Aids e da fome. Como eu não sou o Al Gore, eu não conscientizo o planeta de que ele pode acabar (por isso não vou ganhar um Nobel. Droga!)
Okay...agora quem deprimiu fui eu! Que meleca de ser humano sou eu que não faz nada disso? Que ínfima, que patética, que minúscula, que insignificante! Essas pessoas não tem nada - ou quase - de diferente de mim. Elas fazem cocô, sabia? Elas têm dor de cabeça. Elas sentem ciúmes. Gostam de sorvete. Têm coceira no nariz. Por que eu não posso salvar o mundo? Que loser!
Não, não é exagero. Agora meu texto perdeu completamente a função que tinha. De um segundo para o outro, só por causa de um parágrafo, eu me tornei um grande zero à esquerda e comecei a achar que estava escrevendo um texto penitencial, daqueles onde a gente se justifica um monte para dizer que é um bosta, mas não tem culpa! Deixa eu tentar parecer bonitinha na foto e me justificar:
Eu não posso ser como eles, porque não sou celebridade, não ganho 20 milhões por filme, não fui quase presidente, não canto bem, não nasci falando inglês (bela justificativa de araque), mas eu posso usar a velha frase que nasci ouvindo: "revolução começa em casa". Se eu atingir 3 pessoas dentro da minha casa, essas 3 podem atingir mais 3 cada uma , que vão atingir mais 3 cada uma...e eu não sei taboada, mas lembro de progressão geométrica.
É muito mais fácil plantar erva daninha do que ervas que curam...elas pegam mais rápido e se alastram por tudo. Mas as ervas que curam também podem se alastrar numa progressão rapidinha.
Funcionaria mais ou menos assim: eu adoro a Mari Heller e escrevo uma coisinha para ela que causa um sorriso de tranqüilidade quando ela lê. Ela, que estava deprê e irritada, se acalma e não briga com o roommate dela, ao contrário, faz alguma coisa que o agrade. Ele, que estava num dia meia boca, fica feliz e não briga com o baterista da banda. O baterista que achava que ia tomar uma bifa porque saiu do tempo no ensaio, dá uma gorjeta decente para o garçom no bar depois do ensaio....e assim vamos...pequenos gestos que "fazem o dia" da pessoa ao lado, podem mudar o dia de uma pequena multidão. Isso não é nada se comparado a mandar toneladas de alimentos para o Sudão. Mas talvez alguém no Sudão precise muito mais de um abraço do que de um quilo de arroz caindo de um avião. Ou os dois? Ou alguém que leve um prato até ele quando ele está fraco para correr atrás da rasante do avião da ONU? Who knows?
Anyway...vim aqui para falar da Mari Heller. Ela não está no Sudão. Ela não precisa ser adotada. Ela não tem fome. Ela não tem um drama terrível. Ela só existe e está mais perto de mim do que as pessoas na África, e por isso eu digo pra ela que acho ela demais, todas as vezes que posso. Se isso enxugar uma lagriminha dela, pode sair enxugando milhares. Então, pra ela não chegar em casa meio deprê na próxima semana, eu vou colar aqui o testimonial que eu escrevi pra ela no Orkut. Depois, eu vou cuidar do meu dia, bem bem feliz, porque o scrap que ela me mandou me deixou assim, e em progressão geométrica, vai salvar o dia de uma pequena multidão.
Eu achei lindo! Eu sempre acho lindo quando alguém me diz que eu ajudei a melhorar alguma coisa. Não que eu queira ser canonizada quando morrer - só um papa chapado faria uma barbaridade dessas! - mas é sempre gostoso justificar a existência. Eu nasci para que? Que utilidade esse corpinho com uma cabeça aloprada e esquecida em cima tem, para um mundo habitado por muito mais gente do que cabe nele?
Faz as contas aí, você que consegue, porque eu já assumi a minha incapacidade de saber quanto é qualquer coisa acima da tabuada do nove: quanto de bem eu posso fazer que atinja um número de pessoas maior do que 5? Quanto dos meus escritos poderia chegar a pessoas que realmente sofrem, e - por sorte - que elas saibam ler, e mais sorte, que tenham se alimentado o suficiente na infância para que consigam entender o que lêem, e por uma sorte caída do céu e ainda maior, que tenham tempo, disposição e um segundo de não sofrimento para dar importância a uma frasezinha que possa mudar alguma coisa?
Complicou? Imagina pra mim...
Como eu não sou a Angelina Jolie, eu não viajo o mundo adotando crianças. Até porque se eu fosse adotar criancinhas, faria isso por aqui mesmo, que está cheio de criança pedindo pelo amor de deus uma família. Como eu não sou o Bob Geldof, eu não faço concertos mundiais para arrecadar grana pra fome na África. Como eu não sou o Bono, eu não vendo pulserinha branca para salvar o mundo da Aids e da fome. Como eu não sou o Al Gore, eu não conscientizo o planeta de que ele pode acabar (por isso não vou ganhar um Nobel. Droga!)
Okay...agora quem deprimiu fui eu! Que meleca de ser humano sou eu que não faz nada disso? Que ínfima, que patética, que minúscula, que insignificante! Essas pessoas não tem nada - ou quase - de diferente de mim. Elas fazem cocô, sabia? Elas têm dor de cabeça. Elas sentem ciúmes. Gostam de sorvete. Têm coceira no nariz. Por que eu não posso salvar o mundo? Que loser!
Não, não é exagero. Agora meu texto perdeu completamente a função que tinha. De um segundo para o outro, só por causa de um parágrafo, eu me tornei um grande zero à esquerda e comecei a achar que estava escrevendo um texto penitencial, daqueles onde a gente se justifica um monte para dizer que é um bosta, mas não tem culpa! Deixa eu tentar parecer bonitinha na foto e me justificar:
Eu não posso ser como eles, porque não sou celebridade, não ganho 20 milhões por filme, não fui quase presidente, não canto bem, não nasci falando inglês (bela justificativa de araque), mas eu posso usar a velha frase que nasci ouvindo: "revolução começa em casa". Se eu atingir 3 pessoas dentro da minha casa, essas 3 podem atingir mais 3 cada uma , que vão atingir mais 3 cada uma...e eu não sei taboada, mas lembro de progressão geométrica.
É muito mais fácil plantar erva daninha do que ervas que curam...elas pegam mais rápido e se alastram por tudo. Mas as ervas que curam também podem se alastrar numa progressão rapidinha.
Funcionaria mais ou menos assim: eu adoro a Mari Heller e escrevo uma coisinha para ela que causa um sorriso de tranqüilidade quando ela lê. Ela, que estava deprê e irritada, se acalma e não briga com o roommate dela, ao contrário, faz alguma coisa que o agrade. Ele, que estava num dia meia boca, fica feliz e não briga com o baterista da banda. O baterista que achava que ia tomar uma bifa porque saiu do tempo no ensaio, dá uma gorjeta decente para o garçom no bar depois do ensaio....e assim vamos...pequenos gestos que "fazem o dia" da pessoa ao lado, podem mudar o dia de uma pequena multidão. Isso não é nada se comparado a mandar toneladas de alimentos para o Sudão. Mas talvez alguém no Sudão precise muito mais de um abraço do que de um quilo de arroz caindo de um avião. Ou os dois? Ou alguém que leve um prato até ele quando ele está fraco para correr atrás da rasante do avião da ONU? Who knows?
Anyway...vim aqui para falar da Mari Heller. Ela não está no Sudão. Ela não precisa ser adotada. Ela não tem fome. Ela não tem um drama terrível. Ela só existe e está mais perto de mim do que as pessoas na África, e por isso eu digo pra ela que acho ela demais, todas as vezes que posso. Se isso enxugar uma lagriminha dela, pode sair enxugando milhares. Então, pra ela não chegar em casa meio deprê na próxima semana, eu vou colar aqui o testimonial que eu escrevi pra ela no Orkut. Depois, eu vou cuidar do meu dia, bem bem feliz, porque o scrap que ela me mandou me deixou assim, e em progressão geométrica, vai salvar o dia de uma pequena multidão.
She mixes the good and the bad.
She's the calm inside craziness, the lasy river inside a thunderstorm.
Halfway to hell and halfway to heaven.
Or should I say Hell "is" heaven?
Ms. H and in Heart.
Yes, sir...I do love her!
She's the calm inside craziness, the lasy river inside a thunderstorm.
Halfway to hell and halfway to heaven.
Or should I say Hell "is" heaven?
Ms. H and in Heart.
Yes, sir...I do love her!
7 Comentários:
Mercedes, se duvidar, Angelina Jolie não possui amigos como os seus, as empregadas do Bono não acham ele tão bacana, os ex-colegas de trabalhgo do Al Gore não tem tantas saudades de trabalhar com ele. Lógico que estou apenas supondo, mas não duvido que tenha um fundinho de verdade.
Salvar o mundo pode ser muito legal, mas garantir a felicidade dos que estão próximos é melhor ainda!
E a Mari é uma vaca! Vaca Sumida! Mas eu a amo!
Hey, minha foto com crédito e tudo, não me aguento hoje!
Bj domingueiro
ai q vergonha eu ali dizendo: "saaaai" pra todo mundo ver, mê!
e é a mais pura verdade, toda vez q eu penso, q q tem de errado comigo? vou lá, leio o testemonial... nao, nao sou eu q sou o problema! e fica td certo!
q bom q o teu dia ficou melhor assim como o meu e de mais uma rapeize! beijo docinho!
sinto saudades de mariheller! fui ao james sábado, ela não está mais lá, e senti falta MESMO.
preciso dar um jeito de encontrar essa maluca. ela é braba e intimidadora, mas gosto muito dela.
e acho que nunca disse isso a ela. vou dizer!
Ah que delicia ser amada assim...
e que delicia que é ser amada pela Miss Lilac Butterfly que vive voando por aí fazenge gente feliz....
eu sei bem disso, ela sempre fez e faz isso comigo!
Ai vc colocou minha foto de óculos no seu slide! Vou te matar! hahahahahhaha
AAAI QUE VERGONHA!
Olá! Demorei um pouco pra voltar a visitar seu blog. Me arrependi bastante.
Adorei seu texto, me divertiu muito!!
Beijo!
uma barrrrrrrrrrbaridade
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