Overdose de carinho
Este fim de semana fui pra Curitiba comemorar o aniversário da minha mãe.
Setenta e sete anos vivendo perto de nós, fazendo barulho de manhã, preparando refeições, se dedicando fervorosamente ao meu pai. (ok...não todos os 77)
Cheguei na sexta-feira e a Bia, minha irmã mais velha, já havia chegado. E minhas tias. E a Pat que ia embora não foi. Não vou contar passo a passo, porque sou preguiçosa, mas quero dizer que foi maravilhoso.
Rimos juntos como adoramos fazer quando estamos juntos. Lembramos histórias deliciosas. Tivemos momentos inesquecíveis e engraçadíssimos...Ficamos bastante tempo juntos, os quatro irmãos, e pudemos falar do passado e do presente, e fazer o que a gente também costuma fazer quando está junto: chorar.
E teve um momento especial, conversando na casa da Pat: Eu, Pat, Bia, Tia Tetê e Tia Myriam...que foi mais do que bonito...e foi triste, mas foi feliz demais ao mesmo tempo. Triste porque falávamos de um futuro não muito distante que nos tirará, por certo, um pedaço do coração. Feliz...feliz por ver pessoas unidas na mesma vontade, na mesma adimiração. Todas querendo que a vida vença tudo, com todas as forças...todas sabendo exatamente por que precisamos umas das outras. E choramos. De novo...todas juntas.
Nem sempre é de medo ou tristeza que a gente chora. A gente chora de feliz, de lembrança boa, de vida rica, de união e amor.
Na noite de sexta-feira, ficamos até quase duas horas da manhã relembrando histórias com uma amiga que conhecemos desde a barriga de nossas mães. E ela nos fez rir muito com nossas histórias de infância que ela lembra tão bem quanto todos nós. A minha irmã Pat dizia: Mas em que planeta eu estava que não lembro nada disso? A Pat era uma cientista. Ela experimentava substâncias não comestíveis como mariposas, salitre, xarope... Talvez por isso ela lembre pouca coisa. Devia estar sempre chapada, provando alguma bolinha bonitinha que encontrou no armário da garagem. Hahhahha! Adoro!
E a Cláudia contou que o pai dela não deixava ela e o irmão mascarem chicletes. Então, quando eles conseguiam ganhar - assim...uma vez por mês - um chiclete, mastigavam até a mãe mandar jogar fora. Nesta hora, iam para a entrada do prédio, onde tinha uma parede de pedrinhas brancas, desencaixavam uma pedra e guardavam o chiclete ali. Recolocavam a pedrinha e pronto. Quando desciam novamente pra brincar, abriam os esconderijos de chicletes, e voltavam a mastigar, agora com um pouquinho de areia.
E lembramos das roupas das bonecas, e das empregadas, e das brincadeiras, e das surras que dávamos uns nos outros, e dos aniversários, casamentos das vizinhas, etc, etc, etc...
Contamos nossas ambioções de infância - o que queríamos ser quando crescêssemos : Eu queria ser Miss Brasil e Chacrete. A Pat, Miss Brasil e cantora. A Cláudia, motorista de ônibus (se não desse, trocadora estava bom) e depois manicure que vai em casa, com uma bolsa cheia de esmaltes coloridos. E a Bia nos surpreendeu, contando que queria ser "banqueira" - DONA DE BANCO DE PRAÇA! Rimos demais com tudo isso.
Os dias que se seguiram foram igualmente lindos...um banho de carinho...e mais um casal de tios chegando. Tio Marcílio e Tia Cecília. Sempre cheios de vida, sempre rindo muito, sempre uma delícia.
Voltei para casa ontem à noite, com o coração cheio de carinho. Uma overdose. Um banho de sentimentos bons. Baterias carregadas por mais algum tempo.
E mais uma vez...eu só tenho a agradecer pela família que eu tenho.
Bom dia.
Setenta e sete anos vivendo perto de nós, fazendo barulho de manhã, preparando refeições, se dedicando fervorosamente ao meu pai. (ok...não todos os 77)
Cheguei na sexta-feira e a Bia, minha irmã mais velha, já havia chegado. E minhas tias. E a Pat que ia embora não foi. Não vou contar passo a passo, porque sou preguiçosa, mas quero dizer que foi maravilhoso.
Rimos juntos como adoramos fazer quando estamos juntos. Lembramos histórias deliciosas. Tivemos momentos inesquecíveis e engraçadíssimos...Ficamos bastante tempo juntos, os quatro irmãos, e pudemos falar do passado e do presente, e fazer o que a gente também costuma fazer quando está junto: chorar.
E teve um momento especial, conversando na casa da Pat: Eu, Pat, Bia, Tia Tetê e Tia Myriam...que foi mais do que bonito...e foi triste, mas foi feliz demais ao mesmo tempo. Triste porque falávamos de um futuro não muito distante que nos tirará, por certo, um pedaço do coração. Feliz...feliz por ver pessoas unidas na mesma vontade, na mesma adimiração. Todas querendo que a vida vença tudo, com todas as forças...todas sabendo exatamente por que precisamos umas das outras. E choramos. De novo...todas juntas.
Nem sempre é de medo ou tristeza que a gente chora. A gente chora de feliz, de lembrança boa, de vida rica, de união e amor.
Na noite de sexta-feira, ficamos até quase duas horas da manhã relembrando histórias com uma amiga que conhecemos desde a barriga de nossas mães. E ela nos fez rir muito com nossas histórias de infância que ela lembra tão bem quanto todos nós. A minha irmã Pat dizia: Mas em que planeta eu estava que não lembro nada disso? A Pat era uma cientista. Ela experimentava substâncias não comestíveis como mariposas, salitre, xarope... Talvez por isso ela lembre pouca coisa. Devia estar sempre chapada, provando alguma bolinha bonitinha que encontrou no armário da garagem. Hahhahha! Adoro!
E a Cláudia contou que o pai dela não deixava ela e o irmão mascarem chicletes. Então, quando eles conseguiam ganhar - assim...uma vez por mês - um chiclete, mastigavam até a mãe mandar jogar fora. Nesta hora, iam para a entrada do prédio, onde tinha uma parede de pedrinhas brancas, desencaixavam uma pedra e guardavam o chiclete ali. Recolocavam a pedrinha e pronto. Quando desciam novamente pra brincar, abriam os esconderijos de chicletes, e voltavam a mastigar, agora com um pouquinho de areia.
E lembramos das roupas das bonecas, e das empregadas, e das brincadeiras, e das surras que dávamos uns nos outros, e dos aniversários, casamentos das vizinhas, etc, etc, etc...
Contamos nossas ambioções de infância - o que queríamos ser quando crescêssemos : Eu queria ser Miss Brasil e Chacrete. A Pat, Miss Brasil e cantora. A Cláudia, motorista de ônibus (se não desse, trocadora estava bom) e depois manicure que vai em casa, com uma bolsa cheia de esmaltes coloridos. E a Bia nos surpreendeu, contando que queria ser "banqueira" - DONA DE BANCO DE PRAÇA! Rimos demais com tudo isso.
Os dias que se seguiram foram igualmente lindos...um banho de carinho...e mais um casal de tios chegando. Tio Marcílio e Tia Cecília. Sempre cheios de vida, sempre rindo muito, sempre uma delícia.
Voltei para casa ontem à noite, com o coração cheio de carinho. Uma overdose. Um banho de sentimentos bons. Baterias carregadas por mais algum tempo.
E mais uma vez...eu só tenho a agradecer pela família que eu tenho.
Bom dia.
6 Comentários:
ahhh
realmente, sua família parece a coisa mais encantadora. eu sinto falta disso, de ter histórias de família, histórias que me lembrem coisas que tem cheiro de flor do campo... não tenho muito isso e acho que terei mais com amigos do que parentes... mas é uma delícia ler a sua vida aqui..
obrigada e
boa tarde!
uma família que deu origem a Eleanor e Fastolf deve ter sido muito rica mesmo...
que delícia compartilhar das suas lembranças!
Delícia de texto Mêêêêêê!!!
Sobre o fato de chorar, não acho nada estranho...chorei quando fiquei sabendo que o Di ganhou chave da minha casa...choro quando estamos todos juntos almoçando...choro quando meu pai não me deixa pagar o pedágio e quando ele vai resolver alguma coisa e diz "é pra minha menina"...quando minha mãe me diz que sou corajosa...vai longe!!!
Amei a história do chicletes!!HAHAHAHAHAHHAHAHAHHAHA
Beijooo
Pois é... depois eu consegui manter a minha tela e fazer escrever em pop-up.
Até que a faculdade serviu para alguma coisa. ahaha
Oi Met..a burrinha aqui aprendeu a escrever comentários...ahahahaha. Da outra vez estava inspirada e perdi tudo.
Este texto sobre nos quatro em Curitiba é lindo! Aliás foi lindo o final de semana, intenso tbem. Muito carinho, revelações...muitos risos e algumas lágrimas, só para variar.
A declaração da Tia Myrian foi linda, forte, reveladora...Fiquei estasiada e encantada também...as histórias da Cláudia foi ótima...muito engaçada.
Alias, para quem não sabe sou a irmã da Mercedes que vivia provando produtos variados...a cientista que ela revela na história.ahahahaha
Acho que por isso passei pela adolecencia sem nenhum problema com drogas, ja havia passado a infancia bebendo todos os remédios da casa, defencivos agrícolas e etc...ahahahaha Que doideira.
Mas Met, Parabéns, mais um texto que adorei.
Beijos da sua irmã cientista.
Ui, cometi alguns erros de português horrorosos.
Onde disse lá em cima as histórias da Cláudia foram ótimas...
Adolescência ( desculpem o erro...) Me empolguei e não reli antes de salvar...
Sou a irmã cientista ainda...
Beijos
Postar um comentário
Links para esta postagem:
Criar um link
<< Início